Carl Gustav Jung, o famoso médico que estudava a mente, em suas obras mistico-científicas, conceituava como Self o ser puro, o Cogito cartasiano.
Essa consciência pura é inerentemente indissociável da cultura e meio em que vive. As categorias dessa faculdade, ou da mente, se desdobram em Id, Ego, super
Ego, Alter Ego etc. Esses atributos em conjunto definimos como memória, ética e consciência, e em um termo geral, em nosso caso, o Ser humano.
O Ser humano recebe o título de pessoa ao receber uma função social que o encaixa nas engrenagens sociais. Podemos dizer que “A pessoa” tem a mesma
dualidade com o Ser humano como esse tem em seu Sef e sua mente.
A relação do Ser humano(homem) no mundo através de sua pessoa se dá pela sua ação no mundo para satisfazer seu Self que germina a vontade pura. A vontade de
viver e a preocupação por sobreviver, busca pelo prazer,etc. Essa ação coletiva no mundo forma a sociedade e a cultura.A mente surge no momento de dor, tédio
e privação. Ela funciona para que o Self sobreviva e se manifeste em suas potências, e usa da pessoa, um símbolo coletivo que da mente usa para se comunicar
e agir. Assim se cria a história coletiva e individual, que gera ressentimentos e alegrias, que sugere as decisões dos homens para o futuro.
Diante da inclemência da natureza e às vezes a disputa brutal pelos bens do mundo, o homem se machuca e se ressente, muitas vezes impotente para se vingar e
retribuir o mal que sente ao seu agressor conforme as noções inatas de eqüidade.
A mente e sua história se tornam um mar de tristezas e infelicidades.
No filme “O Enigma de Kaspar Hauser” um homem adulto, passado dos quarenta anos, viveu solitariamente em completo isolamento social, não sabendo fazer nada
dos costumes, convenções e protocolos sociais, até os mais simples como falar, andar e sentar.
A moral desse filme em meu entendimento, é a problematização da mente dos homens, seus sofrimentos e glórias diante algúem que desconhece os bens desse mundo
como suas agruras para conseguilos. Também como a preocupação em sobreviver em um mundo de natureza silvestre.
A natureza do Eu puro é feliz, tem vontade pura. mas na manifestação da pessoa, acaba por acreditar em processos culturais que só sufocam o Self do que o ajudam. Por exemplo, na sociedade, estudar demais, se preocupar demais, ou seja, excesso de informação pode ser algo indigesto para a consciência e manter o
homem em rotinas sem sentido, em busca de coisas sem sentido devido a ressentimentos que muita vezes não tem sentido de ser.
O que é felicidade e sofrimento? Que o Sofrimento é uma particularidade da história de cada um que guarda um ressentimento. Esse pequeno Ego que gera excesso
de preocupações e conhecimentos para propósitos sem sentido com o coração é uma labeda de sofrimentos e angústias de privação do Amor. Sofrer é acreditar em alguns valores sociais que desacreditam as aspirações do Ser.
Podemos intuir que ser feliz é por muitas vezes é ter amnésia, esquecer das dores e impotências e perceber o quanto o Sef é feliz por sua própria natureza original. Esquecer, como se nunca tivesse conhecido o mundo, como Kaspar Hauser, é intuir que o homem é livre de seus bloqueios e crenças que não deve ser feliz, ter vontade e sentir a vida.
sexta-feira, 25 de novembro de 2011
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário