Não sou entendedor nem pesquisador da história de roma senão apenas conheço os conceitos gerais e alguns fragmentos dos fatos históricos e filosóficos romanos. mas vou dentro de meus limites tentar traçar uma reflexão interessante sobre a da filosofia, particularmente uma face da problematização da ética naqueles tempos em progressiva decadência em relação do objeto da moral estóica que acredito ser a natureza da ética originária romana. Depois tentarei associar os vícios constatados pelos filósofos romanos discutido a luz da moral cristã que seduziu os cidadões romanos.
Começo com Epicuro, pois o considero um autor negligenciado na história da filosofia mas de excelsa importância na compreensão da estrutura metafísica da ética. Epicuro acreditava que a filosofia somente poderia ser feita entre amigos verdadeiros. Por isso os encontros eram reservados em que se acreditava que num embate dialético, somente filósofos naturais e amigos verdadeiros poderiam ser honestos consigo mesmos e com o próximo ao travar a natureza da verdade. Não importava que ganhe a discussão, mas sim que a verdade triunfasse.
Epicuro e seus discípulos que perduraram sua escola por vários séculos acreditavam na felicidade. O home é feliz por natureza. Nasce feliz, e no sofrimento que descobre na sua jornada desse mundo, tenta se afastar dessa dor e sentir sua legítima essência feliz. Ser feliz é aceitar o belo e o bom, a essência do cósmos que formou o Ser. Ser feliz é praticar a virtude para que a felicidade não se extravie com os vícios, a escravidão dos sentidos que afasta a virtude, promove solidão, mentira, privação ressentimentos e conseqüentemente dor e sofrimento de todas as ordens.(Uma breve inserção: o filósofo Rousseau vai discutir a natureza da felicidade e a virtude e a origem do vício no seio de uma comunidade originado pelas diferenças intrínsecas que causaria inveja e ciúmes reprimidos dos mais desprivilegiados na casta burocrática gerando sentimento de posse.)
Os estóicos romanos vão beber na fonte da ética grega do qual em suas vertentes são os epicuristas, os estóicos gregos, os cínicos etc. O homem busca a felicidade e a realização, busca aumentar sua potência diante de um mundo que prova impiedosamente sua força vital e paciência.São nesses postulados que os estóicos romanos vão tentar aplicar em suas leis e moralpara a coesão de sua civilização que nasce e se expande.
Antes de entrar na problematização da filosofia do direito romano, tentarei aqui encontrar alguns dos postulados metafísicos da praxis estóica.
Cícero, senador romano era um filósofo estóico. Observava entre seus conterrâneos alguns vícios de comportamento. Via que quanto mais rico era um homem, mais exposto a frustração estava, e logo a reações ansiosas e ou violentas quando era rejeitado ou fracassava em uma questão que projetava importante. e as pessoas mais simples ou os mais desapegados aos bens materiais, tinham mais paz diante das adversidades.
O homem nasce feliz e bom. Sua essência desce do mundo superior atemporal, onde aqui no mundo, sua imagem no mundo das idéias ganha a faculdade do tempo. estar no tempo é ser violentado pelas forças da multiplicidade do mundo dos entes sob o tempo. Forças que disputam entre si ou colaboram contra outros grupos em busca da expansão de sua liberdade de efetividade de vida num mundo por sua natureza de privação, ou seja, a natureza do tempo, a natureza desse mundo,O homem na angústia do desejo, faz projetos para a vitória. inventa a partir disse, sociedades, técnicas, instituições e guerras, e teme os infortúnios dos desastres naturais, que das mesmas invenções tenta proteger seus projetos e o que foi conquistado de bens que lhe causem prazer e sensação de abundância de vida.
Entretanto, na sociedade, com leis que ordenem a sociedade, o homem não tem paz, sempre preocupado em perder o que conquistou ou conspirando para ter aquilo que remoe de suas angústias e frustrações. Então, ele descobre leis de moral superior, espirituais que estão além das leis que regem o mundo financeiro ou do trabalho. Essas leis ensinam que pela ambição intensa surgido pelo medo ou pela gula e luxúria os homens tornam-se violentos quando seus projetos são frustrados. E suas vidas são um poço de tormentosquando assolados por aquilo que não podemos evitar, que estão além das nossas forças. Os desastres naturais, a imprevisibilidade do futuro e a morte.
Os estóicos ensinam que o homem para ser feliz, deve se apartar da dor que ele mesmo cativa com as coisas mundanas. deve reconhecer que não é escravo desse mundo, e reconhecer que é muitas vezes fruto do ocaso, que não adiante se culpar e culpar os outros por forças que estão além de nós.
A filosofia estóica é dirigida ao Estado, a manutenção e a purificação da sociedade de seus vícios, diferenciando-se dos epicuristas que se encontravam reservadamente. São a natureza das leis superiores, clausulas pétreas que são mantidas pela virtude(dever, lealdade, honestidade, equidade).
Com as conquistas romanas, a riqueza, a soberba e a depravação aumentam na sociedade. Elas surgem em antagonismo aos ensinamentos das tragédias dos mitos que corrigem a conduta humana diante seus conflitos e angústias, no qual a saciedade do desejo de viver está na depravação, violência e brutalidade, conquista indiferente a morte de muitos. A decadência da moral e a degeneração social sucumbem em crimes dos mais diversos como abuso de poder, morticídio, perda da amizade e amor, mentira e engano, escárnio e brigas e esfacelamento da memória que guia o individuo e o coletivo das relações de equidade e fraternidade. A sucumbência portanto surge com a excessiva riqueza e a luxuria, que por sua vez, corrompe a sociedade em subornos chantagens e politicagens para a manutenção desse status quo.
Entre os estóicos, de certa forma é reconhecido a decadência da sociedade como uma força cíclica movida por paixões descontroladas devido a impotência em relação ao sentir da dádiva da natureza, uma desconexão com a natureza essencial feliz e a inconformidade alucinada em relação a sua situação. Não se pode conter as forças cíclicas da sucumbência. As paixões doentias, originadas por uma própria relação metafísica polarizada das categorias do Ser, é um ingênua concepção das forças cósmicas resolvidas apenas pela rebeldia imediatista contra a natureza inexorável e crua do tempo.
A força dos cristãos entra em cena em Roma quando as autoridades pagãs não tem mais a confiança de uma grande parcela do povo que se vê perplexo diante a imoralidade. Acreditam e sentem nos ensinamentos virtuosos do evangelho do Cristo, uma força alentadora e esperançosa de religar a alegria da alma e a aceitação dos inevitáveis infortúnios da vida. O Cristianismo representa o que é mais antigo e valorizado nas entranhas mais profundas das leis espirituais romanas, que desacreditado de seus deuses soberbos e hipócritas, a serena paz e promessa de salvação a um mundo onde a verdade limpará a força do mal, para que se possa existir num "outro tempo" onde não haja a morte e nem outras forças violentamente poderosas na natureza selvagem.
Ao analisar o pensamento de Nietzsche que dizia ser o cristianismo uma filosofia dos escravos, uma manifestação de se ódio estéril contra os fortes e poderosos e os principais responsáveis pela perda de vigor da força do império, contrasto com essas considerações que usei também defendidas por Dostoiéwiski, e de certa forma Kierkegaard É claro que esse pequeno texto não representa as consteção do assunto sobre ética, onde centenas milhares de páginas são escritas e discutidas.
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