quinta-feira, 31 de janeiro de 2008

Paul Stratern: Locke em 90 minutos



Paul Stratern, que foi professor universitário de filosofia e matemática na Kingaston University e é autor das séries "filósofo em 90 minutos", traduzida em mais de oito países, e a mais recente"cientístas em 90 minutos". escreveu cinco romances(entre eles A Season in Abyssinia, ganhador do Prêmio Somerset Maugham), além de biografias e livros de história e de viagens. Foi também jornalista free-lance, colaborando para o Observer, o Daily Telegraph e o Irish Times.

LOCKE (1632 – 1704) dedicou grande parte de suas horas de lazer escrevendo longas e floreadas cartas a mulheres descomprometidas, mas jamais se casou, terminando por viver num platônico ménage a trois com um membro da Parlamento e sua esposa. Lock foi o único grande filósofo a se tornar ministro de Estado, embora sua filosofia fosse revolucionária – inspirou tanto a declaração da independência dos Estados unidos como a Revolução Francesa.

Locke em 90 minutos faz parte de uma série que, através de textos irreverentes e curiosos sobre os principais filósofos, empolga o jovem leitor. Uma introdução e um posfácio situam a obra de Lock na tradição filosófica; no final do volume, um quadro cronológico apresenta as datas significativas da filosofia. Finalmente, uma seleção de citações de suas duas obras mais importantes, o Ensaio sobre o entendimento humano e os Dois tratados sobre o governo civil, introduz o leitor a suas idéias.

tradução de Maria Helena Geordane
Editora Jorge Zahar Editor
Rio de janeiro


Introdução as raízes de suas idéias

A filosofia retrocede. Começou com um universo infinito de idéias complexas, belas e muitas vezes conflitantes. Pouco a pouco, com a ajuda da intolerância religiosa, da razão e da vontade de entender, a filosofia passou a reduzir esse mundo a proporções mais compreensíveis. Tudo se tornou mais simples, mais óbvio. A filosofia regressava ao estágio em que descrevia o mundo da maneira como realmente o vemos. Com John Locke, a filosofia entra em terreno plano.

As grandes idéias são, com freqüência, óbvias. Nenhuma delas mais do que as de John Locke. Grande parte de seu pensamento seria atualmente considerado por nós como o produto do senso comum. Sua filosofia lançaria os alicerces do empirismo e de sua crença de que nosso conhecimento do mundo é baseado na experiência, além de introduzir a idéia da democracia liberal, que se tornaria a pedra angular da civilização ocidental. Pessoas que sequer sabem soletrar a palavra filosofia estão agora propensas a aceitar essa doutrina filosófica, incompreensível há pouco mais de três séculos.
Tudo isso torna a filosofia de Locke muito pouco atraente, Não existe, porém, razão para que a filosofia não devesse ser tediosa. Ao contrário, há muitos bons motivos para que ela deva ser tediosa. O problema teve início quando as obras filosóficas se tornaram interessantes e o público começou de fato a lê-las. Quem lê está sujeito a acreditar naquilo que lê e a seguir, observar o que acontece. O início do século XX permanece como terrível lembrança do que acontece quando grandes grupos de pessoas começam a olhar a filosofia com seriedade. Felizmente, a disciplina avançou muito além do estágio infantil em que se esperava que as pessoas acreditem naquilo que lêem. Mas nem sempre foi assim – e muitos filósofos mais sábios entenderam as ciladas representadas pelos leitores que efetivamente sabem o que dizem. Spinoza faz o máximo que pode para resolver esse problema, transformando suas obras em ilegíveis. Sócrates, por outro lado, decidiu que o melhor a fazer não era escrever nada. (A primeira tendência foi seguida por filósofos como Kant e Hegel; a última, por Polique, Ehreansvard e Huntingdon-Jones.) A solução de Locke era escrever filosofia tão óbvia que logo se tornasse enfadonha. Não foi sempre assim, no entanto. Seu pensamento e suas idéias foram revolucionárias em sua época e alteraram o curso da atividade de penar.
Lock foi o único dos grandes filósofos a se tornar ministro de governo, o que é revelador. Era um homem multifacetado, mas permaneceu, sobretudo coerente e prático. Sua filosofia de fato funciona – tanto para o indivíduo quanto para a sociedade como um todo.

Crise das hipotecas nos EUA. O que realmente aconteceu?


O que realmente aconteceu historicamente com a crise imobiliária americana? Bom, vou tentar sintetizar com o que li e ouvi por aí e aqui nesse meu conhecimento senso comum, e ver se alguém concorda.

O sistema imobiliário américa como qualquer outro sistema é muito mais dinâmico que o nosso, além de muito mais segurança jurídica e burocracia facilitada, e com isso, o dinheiro circula melhor.

Houve nos EUA uma expectativa de crescimento imobiliário. Foram construídos diversos apartamentos e casas a classe média e popular. Os investimentos vieram de várias partes do mundo, pois nos EUA é um dos melhores lugares do mundo para investimentos.

Porém como em 1930, e em outras fases cíclicas do capitalismo como dizem os economistas, a construção excedeu a essa expectativa, ocorrendo 'uma crise de super produção', agravado por um leve problema no preço do petróleo, e a variação da taxa de juros das dívidas imobiliárias. Os títulos das hipotecas sofrerama uma bolha especulativa perdendo seu valor venal. Esse "boom" de construções e venda de casas se deu pela promessa do presidente Bush de emprego e moradia, diante da crise que os EUA passaram durante a guerra do golfo e a recessão mundial em si.

A crise engolfou o mundo inteiro porque era comprada por países como a China e a comunidade européia, entre outros. Os empréstimos foram feitos por bancos e financeiras, que pegaram dinheiro emprestado de outros bancos e estes de seus clientes.

Com a crise, onde alguns "inquilinos, se posso dizer assim, não conseguiram vencer o pagamento das contas, pois nos EUA todo mundo se endivida de forma irracional, principalmente os latinos, além do erro de perspectiva de crescimento dos investidores. Nisso, ninguém pagou os seus credores, em forma de cascata, o mercado perdeu liquidez, as pessoas deixaram de gastar na vida cotidiana com o medo e uma recessão e houve um efeito em cadeia, no mundo. Pois tudo está meio entrelaçado.

Os Bancos centrais do Mundo, injetaram mais de 600 bilhões de dólares nas economias do mundo, para salvar o mundo de uma catástrofe financeira.

O Federal reserve já anunciou que baixou os juros dos títulos americanos na casa das frações, para estimular a liquidez do mercado. Porém, essa medida foi tida como arriscada, pois poderia espantar alguns investidores e agravar a crise e o Estado dos EUA.

A estimativa é que os EUA entrem numa recessão, mas não profunda, do qual pode se reerguer em questão de um ano, apesar de que há uma visão pessimista de muitos, pelo fato da maioria das bolsas mundiais, como a Bovespa, fecharem em baixa continuamente depois da crise, numa oscilação perturbadora.

Os EUA já anunciara,m que os EUA, já foram criados 9 mil empregos, o que pode amenizar a crise. O 'PAC" brasileiro, bem como o crescimento chinês podem aquecer a economia mundial.
Como disse o internauta Alexsander na comunidade Economia Brasileira do orkut?
Estouro da bolha + créditos subprime:

Miss Jane Doe vendeu uma casa no auge da bolha especulativa por US$ 200 mil para o Mr. John Smith, que financiou no banco. O banco pagou à Miss Doe os US$ 200 mil e ficou com a hipoteca da casa do Mr. Smith. Pouco depois a bolha estourou e a casa do Mr. Smith passou a valer US$ 150 mil. Ele olha para as suas prestações e percebe que tem uma dívida de US$ 200 mil cuja garantia é uma casa de US$ 150 mil... e resolve comprar a casa ao lado, por US$ 150 mil financiados em outro banco. O primeiro banco retoma a casa original e a coloca em leilão, arrematando por US$ 120 mil -- mas ele já havia pago US$ 200 mil a Miss Doe. Esses US$ 80 mil ficam de prejuízo para o banco.

Filosofia adaptada a sua época


O que a filosofia através dos tempos senão uma redundância sistemática? Afirmo com audácia que, depois de Parmênides, não houve mais ninguém de original na filosofia. Todos tratavam o mesmo problema com palavras diferentes e formas diferentes para se alcançar o mesmo fim. Mas então por que a humanidade balbuciou seus filósofos para dizer ideologicamente a mesma coisa? Eles tratavam sempre da felicidade e realização e da ideologia que é como um meio para realização disso, não é assim? Não tratavam do ser e dos entes? o axiomas não eram os mesmos? Então, para mim, todos disseram a mesma coisa.

Cada filósofo de sua época, entendo, tentou recapitular os entendimentos do estudo do ser, coloca-los na linguagem da época, bem como introduzir a filosofia, novos entes desvelados pela episteme(ciência), ou até mesmo para reconduzir a sociedade a um pensamento racional diante de uma aparente volta da superstição ao modo de ver o mundo da sociedade.

Emanuel Kant, por exemplo, que é esse homem? Qual a finalidade de anos a fio estudando e escrevendo sobre filosofia? Ora, apesar de seu estímulo própria para descobrir as respostas e se libertar da ilusão, Kant escreve principalmente para proteger o cristianismo, em particular a cosmogonia protestante e pietista do Universo.
A obra de Kant, como disse, era uma forma de justificar a visão cristã, diante do ateísmo e agnosticismo cada vez mais crescente, como fizera Santo Agostinho, mais de mil anos atrás, contra os pagãos.

O pensamento tomista já não abarcava a cosmogonia e nem conseguia derrubar as novas descobertas dos humanistas. Era necessário que kant interviesse, e com seu genial sistema filosófico.

Baruch Espinoza, por sua vez, via como Kant, um Universo matemático e lógico. E por isso mesmo, não conseguia conceber um Deus pensante.

Enfim, se analisarmos cada filósofo, perceberemos que eles pensam os mesmos problemas da eternidade, substância, fenômeno e lógica da mesma forma, usando desses axiomas para discutir questões fenomenológicas de sua época.

Um filósofo polêmico de se analisar é Michael Foucault. Bom, entendo que Foucault não é um filósofo em si, mas um filósofo da história, ou um historiador das mentalidades, como diriam alguns, ou um desconstrucionista, para outros.
Foucault só trata dos fenômenos históricos, de uma forma Weberiana e Heideggeriana, com pinceladas de Nietzsche.

Foucault tenta desvendar a história, usando da fenomenologia de Heidegger, e tentar ter um conhecimento hipotético do passado do qual não se pode saber, senão sempre imaginado.

Ele desconstroi o conhecimento, preceitos morais, relativiza tudo o que se imaginava coerente, para deixar margem a uma nova coerência, se possível. Em seus escritos, o próprio Foucault afirmava que talvez tudo o que ele falava podia ser uma besteira, pelo fato de ninguém saber do passado.(esse tipo de afirmação, os Foucaltianos dizem ser um diálogo com as obras de Heidegger).

Analisa fenômenos que passaram imperceptíveis aos olhos do historiador, analisa suas contradições, sua veracidade, analisa a vontade a luz de Nietzsche para explicar o que move o homem e a história.
Mas por que Foucault se emprenha tanto nessa filosofia? Bom, a resposta eu entendo, é que, além da tradição acadêmica, qual todos devem seguir sem um sentido claro para isso, como se fosse mais um fetiche expor um título acadêmico, Foucault quer mostrar com isso, a potencialidade de novas descobertas do ser histórico e da moral e realização humana diante da estrutura da filosofia moderna do qual Heidegger sempre apontou que “a filosofia esqueceu do problema do ser”.

Mas o tema principal de Foucault, e sua própria proposta de discussão da filosofia do seu tempo é, uma liberação sexual dos homossexuais e heterossexuais e a descoberta da potencialidade da vontade humana no mundo.

Concluindo esse breve e audaz texto, ao meu ver, a filosofia serve para encontrar o caminho da realização humana, investigar as possibilidades da felicidade e aplica-la na sociedade, surgindo assim, as formas de Estado e sua ideologia como formas de atingir uma realização de ideal ético metafício. E por acaso, essa busca da realização, esse ideal máximo não foi sempre um problema da filosofia? Então, a busca sempre foi a mesma e nada original significante, senão apenas uma diferença de postura(ética) e linguagem.

segunda-feira, 28 de janeiro de 2008

Aforismos de Albert Einstein


-A coisa mais bela que podemos experimentar é o mistério. Essa é a fonte de toda a arte e ciências verdadeiras.
-A realidade é uma ilusão, porém persistente

-Os axiomas éticos são encontrados e testados não muito diferentemente dos axiomas da ciência. A verdade aparece com o teste da experiência

-A ciência, como um todo, não é nada mais do que um refinamento do pensar diário

-O que um peixe sabe sobre a água na qual nada a vida inteira?
-Em momentos de crise a imaginação é mais importante que o conhecimento.

-Se a minha teoria da relatividade estiver correta, a Alemanha dirá que sou alemão, e a França, que sou cidadão do mundo. Mas se eu estiver errado, a França sustentará que sou alemão, e a Alemanha garantirá que sou judeu

-Quem entra em contato com a Física quântica sem se espantar, sem ficar perplexo, é porque nada entendeu

-No campo daqueles que procuram a verdade, não existe nenhuma autoridade humana. Todo aquele que se fizer de magistrado encontrará imediatamente a risada dos deuses

-Existem apenas duas coisas infinitas - o Universo e a estupidez humana. E não tenho tanta certeza quanto ao Universo

-O segredo da criatividade é saber esconder suas fontes

-O tempo e o espaço são modos pelos quais pensamos e não condições nas quais vivemos
-Penso 99 vezes e não descubro a verdade. Paro de pensar, mergulho em profundo silêncio, e eis que a Verdade me é revelada
-Sou extremamente religioso, porém não acredito num Deus que se preocupe com as necessidades do homem. O meu Deus é o mesmo do grande Baruch Espinosa

O sentido da filosofia de Platão


Depois do meu texto “o problema da entropia do universo”, alguém parou para pensar nessas questões? Alguém pensou seriamente sobre a eternidade?
As hipóteses lógicas são muitas, e isso é filosofia.
Fiquei pensando no que Platão quis dizer com seu trabalho. O que poderia pensar um filósofo adepto aos círculos dos místicos Pitagóricos?

Platão não muda a tradição filosófica. Ele faz todas as hipóteses com uma rigorosidade lógica. Não esquece dos princípios axiomáticos como substância e idéias eternas.
Na relação entre o Uno e as partes, ele disse que nosso mundo é uma decadência do que é perfeito, e de que tudo no nosso mundo percebido é uma meia visão do universo, e quando pensamos, nos lembramos do que é eterno, que é um reflexo do mundo das idéias ou mundo perfeito. Podemos ver a perfeição no mundo através de uma forma de meditação, que é a fricção de quatro sentidos(nao me lembro bem), que o transcende a eternidade e ao mundo das idéias. Podemos perceber isso no mito da caverna e na teoria da reminiscência, onde pensar é recordar.
Para Platão, seguindo a doutrina pitagórica da transmigração das almas, quando uma pessoa morre, se eleva ao mundo perfeito, e retorna reencarnado, como se decaisse a esse mundo como se aqui fosse a morte de um mundo perfeito. E este mundo perfeito, é inferior a um mundo superior a ele, e assim ao infinito.

Uma coisa que me intriga é a noção de movimento em Platão, (Apesar de minha pouca leitura, e aceito um aditivo e críticas dos platônicos), de que tudo na visão de Platão está na eternidade. Mas como assim? Parece que Nietzsche também disse isso, mais de 2 mil anos depois, como no eterno retorno e das possibilidades que já aconteceram.
Na eternidade, hipoteticamente, todas as possibilidades já aconteceram. O movimento nada mais é do que mais uma idéia do homem, uma meia visão do que consegue perceber nesse mundo. O homem não consegue com plenitude.
Nisso, o filósofo ou qualquer pessoa que transcende ao mundo superior, pode ver o futuro, pois na eternidade, onde não existe passado o presente e nem o futuro, onde o tempo é diferente ao nosso, o futuro hipotéticamente já aconteceu, pois na eternidade, o tempo não é o problema, nunca houve um início e o que é sempre existiu.

Para Platão, ele talvez não estivesse interessado em prever o futuro como pensam os cartomantes, mas abrir os olhos dos gregos para um crescimento espiritual, se posso assim dizer, um desenvolvimento ético e moral, o equilíbrio da alma, contra a ilusão dos sentidos, a cegueira do orgulho e as paixões desenfreadas, como desequilíbrio e o esquecimento, para que o homem não caia cada vez mais na loucura dos mundos inferiores a este. Ele propões que o homem descubra a eternidade dento de si, e se lembre da idéais perfeitas que lhe transcendam ao mundo perfeito, onde tudas as possibilidades já aconteceram, referente a esse mundo, pois tudo aqui, nada mais é do que um reflexo do que já é.
O pensamento de Platão tem a mesma forma dos ritos místico-sacerdotais, e como numa religião, ele propõe um Estado teo-transcendental(república de Platão), para salvar as almas e as conduzir novamente a sua origem, a eternidade e a felicidade. O Estado proposto por Platão seria de reis filósofos. Homens que ao reencarnarem nesse mundo, escolheram tomar da água do não esquecimento "Aletheia", quando estiveram no jardim do mundo perfeito, e com isso, maior discernimento do que seja perfeito, sendido com a meditação intelectual(se posso chamar assim) ao contato com o cósmos. Os homens que tomam a água do esquecimento, retornam a esse mundom esquecidos das idéias eternas, porque almejam poder a ambição nesse mundo. A seleção desses reis filósofos se daria num elaborado processo de seleção, desde a infância, onde os mestres já reconheceriam, através da sensibilidade para a música e os esportes, uma consciência, uma lembrança mais terna do que já é eternamente perfeito, no mundo das idéias transcendentais.

Se compararmos esse pensamento, notaremos uma semelhança enorme com os sacerdotes do Egito, dos druidas, do pensamento oriental, que apesar de míticos, possuem as primeiras noções da filsofia entre o Uno e as partes, e a transmutação.
É importante lembrar que, a filosofia de Platão estava voltada ao seu povo, e não uma carta aberta ao mundo, e o que os filósofos gregos romperam eram com os mitos primitivos gregos, mais rudimentares que os sistemas religiosos da mesopotâmia.
É importante lembrar também que, a maioria dos escritos de Platão se perderam, e por isso, é difícil delimitar o que Platão realmente quis dizer. Eu entendo que podemos complementar, pela intuição, já que os problemas filosóficos são sempre os mesmos, arquétipos como esse exposto nesse meu texto.
O pensamento platônico vai influenciar muitos outros filósofos, como santo Agostinho, que lhe da um teor dogmático a cosmogonia do cristianismo.

Enfim, é tentando compreender o pensamento místico de Platão, é que vamos entender o pensamento de Aristóteles, muito mais prático, e o iniciador formal da tradição filosófica ocidental, com seus estudos e teorias da epistemologia, a própria fenomenologia, em busca também dos prazeres e felicidades nesse plano pelo, pelo que a percepção material pode nos proporcionar, além das virtudes postas para se viver bem enquanto sujeitos da existência. (Talvez disso, não vejo muita diferença entre Aristóteles e David Hume).
Aristóteles nunca negou os problemas remetentes da eternidade, como a substância e o motor imóvel, mas ele, ao contrário de Platão, sugere que a filosofia seja menos calçada na incerteza e relativização dos conceitos do mundo, a uma rigorosidade maior a epistemologia e a percepção humana, imersa no Devir, como já propunha Heráclito, e o entendimento que o entendimento do Uno nunca será possível(motor imóvel que está fora to tempo, mas que movimento o cósmos sem que se de conta de nós, e nós do motor imóvel).

O último homem da Terra


Alguém assistiu o filme dirigido por Francis Lawrence e estrelado por Will Smith “O último homem na Terra”? O filme trata de uma contaminação global por um vírus, originado uma pesquisa revolucionária no tratamento do câncer, mas aplicado prematuramente na sociedade. O vírus se alastra e tornasse mortífero. Os que sobrevime ao vírus, se tornam seres ultra-violentos e sensíveis a luz ultra-violeta, enquanto 1% da população imune a praga, tenta sobreviver aos ataques desses seres da noite.
Robert Neville(Will Smith), um cientista e único sobrevivente de uma praga biológica que assola e extermina todas as pessoas do mundo.De início bastante similar ao "O Último Homem da Terra", com a diferença que se passa em uma metrópole. A população já estava dizimada há dois anos, e Neville não é exatamente o único sobrevivente, mas sim o único sobrevivente não infectado do mundo.


Problematização Bio-ética


As empresas multinacionais, estados tem investindo pesado na pesquisa genética, em vírus, bactérias e outros micro-seres para a aplicação na sociedade para fins de otimização produtiva, como os transgênicos e desenvolvimento de remédios contra as principais doenças males.
Mas há críticas sérias referente a essas pesquisas, como na aplicação dos transgênicos, que pode polimerizar as plantas naturais, causando uma catástrofe natural.O mesmo pode acontecer com as pesquisas com vírus, onde algum vetor que é aparentemente revolucionário no tratamento de alguma moléstia pode desencadear uma catástrofe sem precedentes, tudo isso devido ao poço conhecimento que o homem possui das forças da natureza.
Não estou criticando a continuidade das pesquisas, contrariando a máxima da ciência de servir a humanidade. Estou criticando a postura do capitalismo, em sua ansiedade ávida por lucros, aplicar no mundo, conceitos parciais sobre fatos recém descobertos e imprevisíveis.Entendo que as descobertas devem ser dirigidas com prudência e muitas análises e testes e ampla discussão social. Mas enfim, sabemos que isso não vai acontecer.
Será que o mundo espera um apocalipse? Podemos intuir que o serviço Secreto de diversos países, possuem informações sobre ciência e do que está acontecendo realmente no mundo. O que poderá acontecer conosco?
Bom, o que os Estados estão fazendo para melhorar a vida da sociedade, se há essa preocupação? Será que há uma elite no poder das nações, conspirando e induzindo a sociedade para determinados fins?
Pela forma de como o mundo está governando o planeta hoje, intuímos que, ou o mundo tem seus governos completamente cegos, ou o mundo realmente está na mão de alguém.


Frijot Capra sugere que os governos do mundo estão sem rumos, pela falta de diálogo e a alienação e falhas da estrutura administrativa e burocratica, semelhante as prévias da Primeira Grande Mundial, em 1913.(citação minha).

Há diversas teorias conspiratórias, como Os Protocolos dos Sábios de Sião, os Illuminati, seita satãnica que prepara o mundo ao Aramagedon, da conspiração comunista Gramsciniana(como entendem Olavo de Carvalho).
O fim, ninguém sabe, e talvez, nunca chegaremos a saber o que se trama nos bastidores do poder. Mas que pode haver um risco sério a segurança do planeta, isso sim é de se pensar.

domingo, 27 de janeiro de 2008

Aforismos meta-morais

Por Ivan Alcântara

SWAMI SRI YUKTESWAR: As obras sagradas são benéficas para estimular o desejo de realização interna (...) o estudo intelectual contínuo pode resultar em vaidade, falsa satisfação e conhecimento indigesto.

LAHIRI MAHASAYA: Meditação é a prática da percepção interna consciente de Deus. É a lembrança constante do Espírito transcendental.

BHAGAVAN KRISHNA: Com o auxílio da mente, o homem deve refinar-se ao invés de se degradar. A mente pode ser a melhor amiga da alma encarnada, mas também sua inimiga.JESUS

CRISTO: Ajuntai para vós tesouros no céu, onde não os consomem nem as traças nem a ferrugem, e os ladrões não furam nem roubam.

SÃO JOÃO DA CRUZ: O caminho da vida é de muito pouco bulício e negociação, e requer mais mortificação da vontade que muito saber. O que tomar o mínimo das coisas e dos gostos, mais adiante andará.

LAHIRI MAHASAYA: Cada pessoa é responsável por sua vida interior, a qual é resultado dos próprios pensamentos, desejos, sentimentos e ideais de cada indivíduo.

JESUS CRISTO: Sede, pois, prudentes como as serpentes, mas simples como as pombas.

PARAMAHANSA YOGANANDA: Por trás de cada rosa de prazer se esconde uma cascável de dor.

SWAMI SRI YUKTESWAR: Quando descansa pela prática da Kriya, o sistema nervoso é revigorado. Se o sistema nervoso obtiver diariamente esse descanso, o corpo físico também é vitalizado. Vida e morte recairão sob o controle do iogue que persevera na práticaq desse pranayama.

PARAMAHANSA YOGANANDA: Um santo foi um "pecador" que nunca desistiu.

RAMAKRISHNA: Mesmo que um homem coma carne de porco, se ama a Deus é bem-aventurado. Mas é desditoso aquele que, embora se alimente de azeite e de arroz, tem a mente submersa na luxúria e no ouro.

JESUS CRISTO: Guardai-vos escrupulosamente de toda avareza, porque a vida de um homem, ainda que ele esteja na abundância, não depende de suas riquezas.

RAMAKRISHNA: Se hás de enlouquecer, enlouquece de amor a Deus, e não pelas coisas do mundo.

JESUS CRISTO: É pela constância que alcançareis a vossa salvação.

PARAMAHANSA YOGANANDA: Meditação é amizade com Deus.

JESUS CRISTO: Eu e o Pai somos Um.

RAMANA MAHARSHI: Proternar-se significa aquietar o ego, e isso implica juntar-se à fonte. Deus ou o Guru não se enganam com genuflexões, mesuras ou prosternações externas. Ele vê se o ego está ali ou não.

JESUS CRISTO CITA ISAÍAS NO VELHO TESTAMENTO.: Não está escrito na vossa lei: Eu disse: Vós sois Deuses?DEUS: Eu sou o Alfa e o Ômega. Aquele que é, que era e que vem, o Dominador!

RAMAKRISHNA: Tratar de explicar Deus depois de ter lido as escrituras, é como falar a outro sobre a cidade de Benares depois de a ter visto só no mapa.

JESUS CRISTO: O primeiro de todos os mandamentos: Amarás ao Senhor teu Deus de todo o teu coração, de toda a tua alma, de todo o teu espírito e de todas as tuas forças.

PARAMAHANSA YOGANANDA: Aquele que nos criou anseia pelo nosso amor. Ele quer que o ofereçamos espontaneamente, sem que Ele peça. Nosso amor é a única coisa que Deus não possui, a menos que queiramos concedê-lo a Ele.

Choice of Catastrophes



Choice of Catastrophes ou Escolha a Catástrofe no Brasil, é um livro de Isaac Asimov. Neste livro, são trabalhadas todas as formas apocalípticas que poderiam dar fim a raça humana ou a civilização, durante a existência do universo.
Asimov dividiu as Catástrofes em 5 graus diferentes. Enquanto as de 1° grau levam ao fim do universo como conhecemos, as de 5° grau levam o homem de volta a barbárie, sem que a vida seja extinta.


Catástrofe de 1° Grau
Se o universo como um todo, sofre-se uma mudança, de modo a se tornar letal a todo tipo de vida, então a humanidade também não poderia existir; isso seria algo que se poderia denominar "catástrofe do primeiro grau".


Juizo Final
Nesta parte, Asimov fala sobre como as religiões sempre apontaram um momento em que o "o céu cairia" e o universo se extinguiria para um novo começo. Ele aponta o fato de que algumas religiões ainda aguardam este momento.


Aumento da Entropia
Tudo no universo se move e funciona através da realização de
trabalho, mas sempre de forma a fazer com que a matéria se espalhe mais pelo universo. Chegará um momento que a matéria estará tão dispersa que não será mais capaz de realizar trabalho e então tudo não mais existirá. A própria vida só existe como realização de trabalho, como acumulação de elementos ao invés de permitir que se espalhe.


Leia Mais
No Conto A Última Pergunta, Asimov trabalha exatamente este assunto, levando sempre o homem a perguntar se seria possível evitar que o universo tivesse este fim.


Contração
Existe a teoria que diz que antes de chegar ao estado de entropia máxima, a expansão do universo poderá não ter velocidade para vencer as próprias forças gravitacionais, de modo que desacelerará pouco a pouco, até começar a regredir. E por fim acabará por se contrair, até que todas as galáxias estejam novamente juntas, como antes do Big Bang, essa teoria é chamada de "Big Crunch", no português, Grande destruíção.


Catástrofe de 2° Grau
No 2° Grau, estão as catástrofes que permitem que o universo permaneça intacto, como um todo, mas que destroem o sol ou que faça com que ele mude suas características, não permitindo mais a vida ao seu redor.


Colisões com o Sol
Durante a sua órbita em torno da galáxia, muitos astros poderiam esbarrar no sol. Mas por causa de seu grande tamanho, poucos são os corpos que realmente podem afetá-lo. Asimov diz que apenas um Buraco Negro, uma nuvem de Antimatéria ou a colisão com outra estrela poderia destruí-lo ou afetá-lo desta maneira. Ele alega também que as chances de qualquer uma destas coisas surgirem em seu caminho é quase nula.


Morte do Sol
O sol, como qualquer outra estrela, queima combustível para poder liberar calor e luz. Acontece que seu combustível não é eterno e deverá acabar. Sendo uma anã branca, um pouco antes disto acontecer, o sol passará por um processo de expansão tão grande que engolirá Vênus e Mercúrio. Este imenso calor será o suficiente para acabar com a vida.
Assim ficará por mais alguns milhões de anos, depois irá expelir as suas camadas exteriores e em seu lugar ficará apenas um pequeno corpo que irradia calor e luz de forma tão minguante que não poderia ser visto da terra.


Catástrofe de 3° Grau
As Catástrofes de 3° Grau são aquelas que afetam apenas a terra, de modo que o Sistema Solar, a Galáxia e o Universo continuariam em seu percurso normal.


Catástrofe de 4° Grau
Se a raça humana for extinta, mas a vida na terra continuar por tempo indeterminado, tem-se uma Catástrofe de 4° Grau.


Catástrofe de 5° Grau
Em uma Catástrofe de 5° Grau, o universo, a galáxia e o sistema solar continuariam os mesmos. A vida e até os próprios seres humanos continuariam à existir. Entretanto, a civilização como conhecemos daria lugar a barbárie; a lei da selva voltaria a imperar sobre os homens.



http://pt.wikipedia.org/wiki/Choice_of_Catastrophes
Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.

"A entropia do Universo". Meu resumo que foi publicado no simpósio de filosofia da Unioeste - Campus Toledo, 2007



Muito se tem discutido na mídia e entre os meios científicos o esfriamento do universo, ou seja, sua entropia. Mas tal preceito se origina de um suposto início do universo, o Big-bang, já comentado pelo divulgador da ciência, Stephen Hawking. Mas há também, principalmente no campo da teoria de Einstein, os antigos problemas filosóficos sobre o tempo, o espaço e a matéria, principalmente, levando-se em conta, os axiomas como a eternidade, a infinitude e a existência.
Introduzo brevemente a concepção empirista do universo.Hawking, comenta, que no Big-Bang, uma energia condensada, num efeito em cadeia, explode, e nessa extrema energia vetorial, subpartículas se fundem na formação dos elétrons e prótons, e estes se fundem numa estrutura maior, no átomo, na sua concepção mais elementar, no átomo de hidrogênio. Carl Sagan, físico Americano, diz que, os átomos pesados foram formados dentro do interior de 'Supernovas', estrelas muito grandes, formadas pela concentração de hidrogênio, atraídos pela força da gravidade e eletrônica, assim como as outras estrelas.
Entropia, para Newton, é a segunda lei da termodinâmica que estuda a natureza dos movimentos. Para ele, todo movimento se dá um por uma diferença de potencial, qual uma força transfere sua força até seu esgotamento.
Porém, as teorias empíricas sobre o Universo, que usam o método de Euclides e Isaac Newton, possuem uma contradição nos eventos cósmicos, pelo fato de esquecer dos ‘axiomas’ da filosofia que sempre devem estar a priori de qualquer contemplação.
Os axiomas principais são: A eternidade, o infinito, a existência e a matemática.
Problematizando a questão da entropia do universo, os empíricos defendem a idéia de que o universo está esfriando desde sua primeira explosão e origem e tudo. Essa entropia causará o esfriamento, a inércia de tudo, o verdadeiro caos onde mais nada terá energia senão o nada.
Porém, isso é contraditório as concepções clássicas da filosofia. Por exemplo: Houve um início?Se houve um Big-Bang, quais foram as forças que o fizeram? E o que fez a força que fez a força do Big-Bang? Regrediríamos infinitamente a primeira causa, nos induzindo inevitavelmente a eternidade.
Na percepção da eternidade, tudo se torna uma dúvida de como as coisas são, e de que a teoria do esfriamento do universo é contraditória. Se o universo é eterno, quem fez o primeiro movimento? Ninguém o fez, porque simplesmente não o houve, as coisas se movimentam desde sempre. E por incrível que pareça, na eternidade, as coisas jamais pararam de se mexer, nunca entrando em entropia.
Mas como algo pode mover-se desde sempre? Isso nos conduz a uma contemplação que rompe com o matemático grego Euclides, como tinha proposto Einstein. Para este, o movimento é uma diferença de tempo, onde a velocidade dos eventos se tornam diferentes conforme sua energia, segundo a teoria da relatividade geral. Porém,a força motriz da diferença de tempo nunca se esgota, e isso não é uma questão mecânica de de razão, mas uma questão de aceitar a existência como é, como um ato de fé sobre a origem do movimento.

FONTES BIBLIOGRÁFICA: (UMA BREVE HISTÓRIA DO TEMPO. HAWKING, STEPHEN), (O COLAPSO DOM UNIVERSO. ASIMOV, ISAAC), (EINSTEIN, O ENIGMA DO UNIVERSO. ROHDEN, HUBERTO).

José Saramago

"Nada é para sempre, dizemos, mas há momentos que parecem ficar suspensos, pairando sobre o fluir inexorável do tempo"

observação

Alguém está com dificuldade de compreender "o problema da entropia do universo"? Se sim, a resposta de tudo está na intuição cósmica particular de cada um.

Bom, sabendo que esse problema aparenta dificuldade para a maioria dos leitores, então agora entendo porque todos dizem que os escritos de Kant e Hegel são obscuros e confusos. rsrsrsrsr

sábado, 26 de janeiro de 2008

O mito e o sobrenatural


A mitologia é uma forma de explicação narrativa do universo, de forma temporal, e com uma lógica, com conceitos mágicos e sobrenaturais , que dizem sobre um início e a um fim do universo, sendo que cada conceito deve ser aceito e jamais questionado.
Mas o mito não é simplesmente uma classificação conceitual do universo, mas possui toda uma profundidade entre o mundo e a psique humana.
Quem começou a analisar profundamente a natureza do mito foi o médico Carl Gustav Jung, discípulo de Freud, se posso assim dizer científicamente.
O mito está associado a cada emoção humana, em seus medos, ideais, frustrações, desejos, satisfações etc, em seus estereótipos, arquétipos, generalizaçõesa ao devir da cosmogonia mítica.
Por exemplo, na mitologia nórdica, o fogo é representado por um deus chamado Loki, o mais perverso dos deuses. Este, pratica atos perversos, colocando sempre os deuses de Asgard em apuros, sendo que, ao mesmo tempo, Loki colabora com os deuses para o alcance de diversos objetivos.
Entre os gregos, o fogo está associado com a civilização, quando o Tita Prometeu traz o fogo sagrado aos homens, lhes tirando da situação de selvageria como os outros animais. Mas Zeus, zangado por ser roubado algo unicamente dos deuses, confere ao fogo uma propriedade destrutiva, e junto com ele, o homem dá a mulher ao homem, que está, igual ao fogo, consome a vida do homem como seu celeiro, unico objeto que alivia a infinita insatisfação da mulher, que queima e descasata, o homem, seu escravo.
Analisando esse ente mítico, podemos perceber que, o elemento fofo queima e esquenta, sendo muito útil a sobrevivência e conforto do homem, mas se descuidado, pode queimar e destruir como se fosse uma entidade perversa.
Diante do fogo, os primitivos homens da idade dos metais e da Antigüidade descansaram sobre o fogo, seus medos e receios de pessoas de seu convívio social tidas como mau-carater, sendo que foi-se personalizado Loki como uma sublimação desse temor, bm como para os gregos, uma presente punição dos deuses.
Os homens antigos não distinguiam fantasia de realidade, o deus Loki, no caso, era o próprio inspirador do mau-caratismo, mas também, quando invocado, poderia ser muito útil, para esquentar e afugentar as feras.
Dentro da mesma cosmogonia nórdica, há outros deuses, como Wotan, o mais poderoso dos deuses, que reina em Asgard, e coordena a ação dos outros deuses.
Todos os deuses dessa mitologia, estão impressos os desejos humanos, como amor, raiva, beleza e coragem, sendo cada personagem mítico, invocado(como se fazem com os santos de hoje) para lhe dar sua energia. Dentro da mitologia grega, Apolo é invocado, pela sua sacerdotiza, para conter as forças e vapores caóticas vinda do Hades. Uma forma alegórica e mítica para entender o domínio da mente sobre o incosciente sempre misterioso e temido, dos homens.

Como disse antes, o mito explica a realidade sempre pelo sobrenatural. São sempre forças além do homem que regem as leis do mundo, e tais forças, sempre representam os desejos e frustrações humanas sublimadas na figura do mito, que, como uma crença, tais seres míticos poderiam realizar as vontades reprimidas e proteger contra seus temores.

No Brasil, um mito que permaneceu muito tempo entre o folclore, foi a “mula sem cabeça”. Esse mito, novamente representando o emocional do homem, representa o destino para aquelas mulheres que se envolvem com um Padre, recebendo um castigo divino a vagar como uma mula, sem cabeça.
Nesse mito da “mula sem cabeça” demonstra que, além da função de explicação da origem das coisas, a uma moral mítica que mantém a ordem do universo, contra atitudes que poderiam tirar a coordenação estabelecida por Deus ou pelos deuses.

Nisso tudo, podemos então imaginar as sociedades antigas, que ainda não descobriram a filosofia, a forma em que pensavam o universo e a vida em sociedade. Poucas sociedades antigas não foram teológicas. Tudo o que acontecia a sociedade, como uma praga a suas lavouras, enchentes, era interpretado como vontade dos deuses, e a desgraça, era acreditada, vinda da ira dos deuses pelo mal comportamento dos homens.
Surge então a noção de Estado, que além de organizar as forças da economia, regulava a vida moral pelo direito e a justiça, para agradar aos deuses e invocar, através da devoção dos fiéis, as suas graças.

Hoje em dia, a cosmogonia mítica não existe mais, pelo menos como doutrina dos Estados contemporâneos, que sustentam sua consciência na razão científica. Mas o povo humilde e ignorante ainda preserva seus mitos, principalmente os religiosos.
Um exemplo clássico de mito, é crer que um copo de água posto do registro de luz vai baixar o nível de consumo.
Outro mito muito acreditado são os espíritos encostos ou os demônios, como o Tranca rua, que dificulta as pessoas de arrumar emprego, o Zé Pelintra, responsável pelas pessoas com problemas de bebida, e tantos outras mais, que explicam a situação de desconforto das pessoas em sociedade. Para o perturbado por esses espíritos, eles procuram rituais divinos, os deuses que colocam a ordem no caos, oferecendo ofertas e devoção, para se reequilibrarem na ordem divina de felicidade que deus promete, como a própria razão do cosmos.

Então, a partir dessa compreensão da natureza do mito, e suas lendas passadas de geração em geração, formando os arquétipos culturais passado para outras culturas, formando os sincretismos culturais é que podemos perceber a mentalidade mítica.
Nisso também podemos perceber o advento da descoberta da filosofia, que marca a passagem do mito ao logos, do mágico para o racional, dos valores incostestáveis a fenomenologia.

termino por aqui, espero terem gostado.

quarta-feira, 23 de janeiro de 2008

O problema da entropia do Universo

Muito tenho falado sobre isso entre os meus conhecidos, causando divagações, idéias e bocejos entre os meus ouvintes. Para mim, o problema da entropia do Universo é o problema central da filosofia, e posso demonstrar logicamente isso aos interessados em filosofia.
O termo “o problema da entropia do universo”, foi um termo que eu inventei ou transformei nas minhas leituras de Isaac Asimov, em seus livros de vulgarização científica, particularmente em sua obra ‘O início e o fim’, qual eu recomendo a todos como também as suas outras obras.Mas esse termo é apenas uma frase, uma expressão verbal, uma denotação de uma idéia das representações de linguagem.
O ‘problema da entropia do universo’ pode ser chamado de “a noção de motor imóvel”em Aristóteles, o “puro ato de existir De Deus” em São Tomaz de Aquino, no movimento eterno do Brahma em Baghavad Gita, o Vazio de Lao-tsé etc. Quero dizer que o problema da entropia do universo, é uma forma lingüística que eu escolhi, dentro muitas, para designar o problema que julgo fundamental na filosofia.
A primeira vista, parece estranho ouvir sobre a entropia do universo, principalmente para aqueles que vivem pelas aparências no mundo em que vivem, esquecidos, desestimulados ou indiferentes sobre as perguntas pelo Ser, ou, pelo sentido das coisas, a razão das coisas.
Mas afinal, sem querer ofender, alguém dois leitores sabe delimitar o sentida da palavra ‘Ser’, qual a ação que ela tenta simbolizar? Alguém sabe delimitar o sentido da palavra ‘razão’?O sentido da palavra razão ao meu ver, é sinônimo de ‘logos’ ou lógica. Digo isso devido a analise lingüística do idioma português, que possui prefixos gregos e latinos, mas que, analisando a semântica dessas palavras, perceberemos que elas representam a mesma idéia.O logos, aquele que reúne a phisis, é inerente ao homem, que percebe o mundo e da nome as coisas, percebendo seu nexo causal.
O logos então, é como o homem vê o mundo e como ele expressa o mundo ou cósmos, com suas noções ou conceitos sobre ele, devidamente testados pela dedução.O logos então, ou a razão, conforme nossa língua portuguesa elegeu para as questões de visão de mundo, a episteme e a tecné.(aqui, meus insuficientes conhecimentos lingüísticos gregos me fazem confundir esses dois termos).Dentro do pensamento racional, o discurso, como é óbvio, se fundamenta na lógica ou a própria razão. A lógica se sustenta no fundamento básico de concordância e não contradição, que formam o nexo causal. Esses fundamentos são chamados “axiomas”. Por exemplo, 2+2=4, é um axioma, e nós sabemos que é um valor inegável, pois todos sabemos que 2+2=4 não pode ter outro valor senão esse.
O mestre Aristóteles faz um exercício lógico para que os seus estudantes percebam os princípios da lógica atuarem no discurso/linguagem.


“Todos os homens são mortais
Os gregos são homens‘Logo’,
os gregos são mortais.”


A analise dessa frase não está associado aos gregos ou aos homens, mas a lógica que os envolve, a abstração criada pelos axiomas de concordância.
Podemos perceber a atuação lógica nesse segundo exemplo:


“Todos os pássaros voam
Os cães são pássaros
Logo, os cães voam.”


Nesse segundo exemplo, nós sabemos que, talvez não existam cães que voem, e isso para nós não tem lógica aparente, mas se viesse um extra-terrestre, e alguém disse-se que um cão voa, quem é ele para dizer que não?


Parte II


O homem, observador do mundo, que o vive e o interpreta, analisa o mundo e lhe dá conceitos. Esses conceitos fazem parte de toda uma cosmogonia que dá um sentido ao Universo em que vive.Essa cosmogonia pode ser mítica, com conceitos dogmáticos e aceitos como fundamento primordial, ou então racional, qual a tradição da palavra representa a passagem do mito ao logos, ou seja, a filosofia, que busca nos conceitos do universo numa verificação científica.
Numa observação científica, o homem busca as reais entidades do universo, como o leitor já pode perceber, o que é óbvio.A primeira analise filosófica no universo é a eternidade. Ora, o que é isso? Isso é o que não tem começo e nem fim, no que diz respeito ao tempo. Ora, como chego a essa conclusão? Pois bem, se o universo teve um início, como no Big-Bang, o que havia antes dele?Um outro universo? E esse outro universo antes do nosso também teve seu big-bang? Bom, não sabemos, mas é lógico que ele teve um início também. Mas o que houve antes desse anterior universo ao nosso? Outro universo?Então, concordamos que regrediríamos para sempre no passado do tempo, e isso, podemos chamar eternidade.Sabemos também que o universo não terá fim.
Ora, se esse universo acabar, se contrair e tudo findar, ainda haverá a substância de tudo. O que acontecerá depois, não sei, mas que permanecerá para sempre, isso é lógico, e isso é eternidade. E esse conceito de eternidade é um axioma.
Não podemos negar a eternidade.Mas existe outra questão, o infinito. O Universo não tem fim. Pois se há, o que haverá depois? Não sabemos, mas há alguma coisa, pois isso é questão de lógica. Logo, o que pode estar enganado, não é a lógica, mas nossos conceitos de espaço.O infinito também se manifesta ao contrário. Se pegarmos para dividir uma régua, ela se dividirá para sempre. A eternidade e o infinito são mistérios insolucionáveis e inimagináveis, mas é inegável que a existência deles.



Aristóteles já refletia sobre isso, no conceito de motor imóvel, que tudo move sem se mover, causa de si mesmo. E que esse motor imóvel só poderia estar fora do tempo, sem que este tenha consciência de nós. Pois se nós o reconhecemos como ente, logo ele estará em noss universo e dentro do tempo, e logo, alguma coisa além para explicar a sua existência e causa.


Essa relação de eternidade e existência é que se fundamenta a palavra “Universo”, ou seja, a relação misteriosa mas inegável do Uno(eterno e infinito), e suas manifestações temporais, o Verso(palavra latina que significa vertente). O Uno está na Vertente, mas a Vertente não está toda no Uno.

O filósofo deve reconhecer que habita num mistério, e que sua consciência é transcendental a realidade que está em constante transmutação no infinito. Porém, a consciência se fundamenta nos axiomas universais e eternos, como a lógica, que demonstra a substância que de alguma forma, emana tudo o que existe. O filósofo cria conceitos, e estão são rigores passageiros, até serem desvelados ou complementados com outras descobertas dos fenômenos da “Vertente”, nunca chegando a causa de tudo, a eternidade.

Nisso tudo, podemos começar a entender com mais profundidade o significado do ‘problema da entropia do Universo’.


Parte III


O problema da entropia do universo é algo muito fácil de entender. Mas antes de divagar sobre ele, delimitarei o significado da palavra “entropia”, que em consenso geral, quase ninguém sabe o que significa.Entropia é um termo de um dos campos da física, a termodinâmica, que estuda a natureza do movimento, na concepção clássica do empirismo inglês, alicerçada no pensamento de Aristóteles e Euclides e principalmente, David Hume e Isaac Newton.
Algo entrópico em primeira analise significa desorganização. Mas num sentido mais objetivo, significa ausência de energia ou esfriamento. A 2ª lei da Termodinâmica, no Universo (Sistema Isolado), a quantidade de Energia útil nunca aumenta.
Isso quer dizer que, todo movimento se dá por uma diferença de potencial, onde um corpo de maior energia, empurra o outro de menos energia, o deslocando no espaço, até que a energia esfrie. Por exemplo, uma bateria carregada. A energia elétrica sai do pólo negativo e se transfere ao pólo positivo, graças a um condutor. Nessa transferência, trabalho pode ser realizado, como numa resistência. Mas é lógico, que a energia do pólo negativo vai se esgotando ao passar ela para o pólo positivo. Quando a energia acabar, a bateria entra em entropia. Então, na lógica do movimento no conceito da física clássica, todo movimento para ser realizado em um corpo, ele tem que entrar em entropia, caso contrário, ele nunca sairia do lugar.
Porém, essa inteligente observação da física natural com suas leis, não se adapta na explicação da eternidade. Ora, é fácil de entender o porque. Se o universo é eterno, isso quer dizer que não houve um impulso inicial de extrema potência que moveu tudo, pois não há início na eternidade. Isso é bem contraditório.
Outro fator é que, se o universo não terá fim, e se ele se move desde sempre, na eternidade, sua energia nunca se esgotou, contrariando novamente as leis da física clássica. E nesse problema contraditório, é que surge a pergunta de teor filosófico, tema desse estudo, que é “O PROBLEMA DA ENTROPIA DO UNIVERSO”.


Parte IV


Presumo, que na minha exposição, todos os leitores tiveram uma noção do que seja o problema da entropia do universo, e o porque de eu achar ser o mais importante ponto da filosofia.O Uno, a eternidade é inimaginável, e qualquer forma de pensa-lo já estamo-os profanando em seu Ser. Só sabemos que vivemos nos fenômenos que se manifestam, o qual damos nomes e tentamos entender seu logos e nossa relação com eles, sempre de forma aparente, que alguns filósofos, como Heráclito por exemplo,chamam de ‘Devir’, que é o início da fenomenologia.Vou analisar esse problema no pensamento por alguns filósofos de Destaque na história.
O primeiro são os gregos, passando eles, mais tarde, depois de anos no dogmatismo dos estados teológicos da Europa e mundo islâmico, ressurge a filosofia. Em Descartes, percebendo o Uno e a realidade como ilusão aparente, no “cogito ergo sun”Posso citar David Hume, que ao dizer que se nunca saberemos das causas e do Uno, então ele não é objeto de conhecimento, mas sim o mundo em que o homem sente, do qual está sempre nele percebendo as suas mudanças. Ele também diz que, o logos se revela na experiência, que manifesta a realidade aparente diante do homem observador.
Isaac Newton, um dos maiores gênios que estabeleceram os princípios básicos da física e seus cálculos. Emanuel Kant, no seu livro Crítica a Razão Pura, estabelecendo objetivamente o apriori do aposteriori, iniciando formalmente a ciência, ou melhor, a epistemologia no ocidente moderno. É claro também, os grandes pensadores Edmund Husserl e Martin Heidegger, entre outros que fogem de meu conhecimento.Mas é no físico alemão, Albert Einstein, que a física rompe com sua tradiçã clássica, sustentada em Euclides e Newton, mundando os conceitos de espaço e tempo, justamente pelas reflexões sobre o infinito e o seu Deus cósmico, como o de Baruch Espinoza, que também poderia se chamar o problema da entropia do universo.Einstein diz, a grosso modo, que o movimento e o início de tudo, a eternidade, é inimáginável. Porém, o movimento Newtoniano é contraditório demais para ser aceito como uma lei, que em tudo mostra que não é um axioma.
Einstein propõe que o movimento ocorre por uma diferença de tempo num espaço que não é absoluto, mas relativo também. Que quando mais energia um corpo tiver(térmica ou cinética, por exemplo) mais devagar a o tempo passa nele, em relação ao observador de fora e com menos energia. Que o espaço e o tempo são a mesmo caoisa, e não dois blocos distintos.
O revolucionário pensamento de Eistein, assombrando a humanidade com suas teorias, ganharam força nos estudos de física quântica, oferecendo resultados ainda mais assombrosos e paradigmáticos, colocando em cheque todos os nossos conceitos que achavamos certo, quase com o um dogma, do tempo, do espaço e da matéria.
Obrigado pela leitura dos interessados na minha visão do "problema da entropia do universo", e que se felicitem com a filosofia metafísica, que no seu mistério, sua relação do Uno e as Partes(verso), nos dá uma sensação mística, senão já o é, pois o místico sempre estudou a religação da parte com o Uno(religar=religião).

De Volta

Reabro meu fórum depois de algum tempo sem escrever. O motivo para minha ausência? Ah, acho que são as digestões mentais, as indisposições intelectuais, e até um certo tipo de auto-suficiência temporária, que tanto mata qualquer resquício de inspiração.