Muito tenho falado sobre isso entre os meus conhecidos, causando divagações, idéias e bocejos entre os meus ouvintes. Para mim, o problema da entropia do Universo é o problema central da filosofia, e posso demonstrar logicamente isso aos interessados em filosofia.
O termo “o problema da entropia do universo”, foi um termo que eu inventei ou transformei nas minhas leituras de Isaac Asimov, em seus livros de vulgarização científica, particularmente em sua obra ‘O início e o fim’, qual eu recomendo a todos como também as suas outras obras.Mas esse termo é apenas uma frase, uma expressão verbal, uma denotação de uma idéia das representações de linguagem.
O ‘problema da entropia do universo’ pode ser chamado de “a noção de motor imóvel”em Aristóteles, o “puro ato de existir De Deus” em São Tomaz de Aquino, no movimento eterno do Brahma em Baghavad Gita, o Vazio de Lao-tsé etc. Quero dizer que o problema da entropia do universo, é uma forma lingüística que eu escolhi, dentro muitas, para designar o problema que julgo fundamental na filosofia.
A primeira vista, parece estranho ouvir sobre a entropia do universo, principalmente para aqueles que vivem pelas aparências no mundo em que vivem, esquecidos, desestimulados ou indiferentes sobre as perguntas pelo Ser, ou, pelo sentido das coisas, a razão das coisas.
Mas afinal, sem querer ofender, alguém dois leitores sabe delimitar o sentida da palavra ‘Ser’, qual a ação que ela tenta simbolizar? Alguém sabe delimitar o sentido da palavra ‘razão’?O sentido da palavra razão ao meu ver, é sinônimo de ‘logos’ ou lógica. Digo isso devido a analise lingüística do idioma português, que possui prefixos gregos e latinos, mas que, analisando a semântica dessas palavras, perceberemos que elas representam a mesma idéia.O logos, aquele que reúne a phisis, é inerente ao homem, que percebe o mundo e da nome as coisas, percebendo seu nexo causal.
O logos então, é como o homem vê o mundo e como ele expressa o mundo ou cósmos, com suas noções ou conceitos sobre ele, devidamente testados pela dedução.O logos então, ou a razão, conforme nossa língua portuguesa elegeu para as questões de visão de mundo, a episteme e a tecné.(aqui, meus insuficientes conhecimentos lingüísticos gregos me fazem confundir esses dois termos).Dentro do pensamento racional, o discurso, como é óbvio, se fundamenta na lógica ou a própria razão. A lógica se sustenta no fundamento básico de concordância e não contradição, que formam o nexo causal. Esses fundamentos são chamados “axiomas”. Por exemplo, 2+2=4, é um axioma, e nós sabemos que é um valor inegável, pois todos sabemos que 2+2=4 não pode ter outro valor senão esse.
O mestre Aristóteles faz um exercício lógico para que os seus estudantes percebam os princípios da lógica atuarem no discurso/linguagem.
“Todos os homens são mortais
Os gregos são homens‘Logo’,
os gregos são mortais.”
A analise dessa frase não está associado aos gregos ou aos homens, mas a lógica que os envolve, a abstração criada pelos axiomas de concordância.
Podemos perceber a atuação lógica nesse segundo exemplo:
“Todos os pássaros voam
Os cães são pássaros
Logo, os cães voam.”
Nesse segundo exemplo, nós sabemos que, talvez não existam cães que voem, e isso para nós não tem lógica aparente, mas se viesse um extra-terrestre, e alguém disse-se que um cão voa, quem é ele para dizer que não?
Parte II
O homem, observador do mundo, que o vive e o interpreta, analisa o mundo e lhe dá conceitos. Esses conceitos fazem parte de toda uma cosmogonia que dá um sentido ao Universo em que vive.Essa cosmogonia pode ser mítica, com conceitos dogmáticos e aceitos como fundamento primordial, ou então racional, qual a tradição da palavra representa a passagem do mito ao logos, ou seja, a filosofia, que busca nos conceitos do universo numa verificação científica.
Numa observação científica, o homem busca as reais entidades do universo, como o leitor já pode perceber, o que é óbvio.A primeira analise filosófica no universo é a eternidade. Ora, o que é isso? Isso é o que não tem começo e nem fim, no que diz respeito ao tempo. Ora, como chego a essa conclusão? Pois bem, se o universo teve um início, como no Big-Bang, o que havia antes dele?Um outro universo? E esse outro universo antes do nosso também teve seu big-bang? Bom, não sabemos, mas é lógico que ele teve um início também. Mas o que houve antes desse anterior universo ao nosso? Outro universo?Então, concordamos que regrediríamos para sempre no passado do tempo, e isso, podemos chamar eternidade.Sabemos também que o universo não terá fim.
Ora, se esse universo acabar, se contrair e tudo findar, ainda haverá a substância de tudo. O que acontecerá depois, não sei, mas que permanecerá para sempre, isso é lógico, e isso é eternidade. E esse conceito de eternidade é um axioma.
Não podemos negar a eternidade.Mas existe outra questão, o infinito. O Universo não tem fim. Pois se há, o que haverá depois? Não sabemos, mas há alguma coisa, pois isso é questão de lógica. Logo, o que pode estar enganado, não é a lógica, mas nossos conceitos de espaço.O infinito também se manifesta ao contrário. Se pegarmos para dividir uma régua, ela se dividirá para sempre. A eternidade e o infinito são mistérios insolucionáveis e inimagináveis, mas é inegável que a existência deles.
Aristóteles já refletia sobre isso, no conceito de motor imóvel, que tudo move sem se mover, causa de si mesmo. E que esse motor imóvel só poderia estar fora do tempo, sem que este tenha consciência de nós. Pois se nós o reconhecemos como ente, logo ele estará em noss universo e dentro do tempo, e logo, alguma coisa além para explicar a sua existência e causa.
Essa relação de eternidade e existência é que se fundamenta a palavra “Universo”, ou seja, a relação misteriosa mas inegável do Uno(eterno e infinito), e suas manifestações temporais, o Verso(palavra latina que significa vertente). O Uno está na Vertente, mas a Vertente não está toda no Uno.
O filósofo deve reconhecer que habita num mistério, e que sua consciência é transcendental a realidade que está em constante transmutação no infinito. Porém, a consciência se fundamenta nos axiomas universais e eternos, como a lógica, que demonstra a substância que de alguma forma, emana tudo o que existe. O filósofo cria conceitos, e estão são rigores passageiros, até serem desvelados ou complementados com outras descobertas dos fenômenos da “Vertente”, nunca chegando a causa de tudo, a eternidade.
Nisso tudo, podemos começar a entender com mais profundidade o significado do ‘problema da entropia do Universo’.
Parte III
O problema da entropia do universo é algo muito fácil de entender. Mas antes de divagar sobre ele, delimitarei o significado da palavra “entropia”, que em consenso geral, quase ninguém sabe o que significa.Entropia é um termo de um dos campos da física, a termodinâmica, que estuda a natureza do movimento, na concepção clássica do empirismo inglês, alicerçada no pensamento de Aristóteles e Euclides e principalmente, David Hume e Isaac Newton.
Algo entrópico em primeira analise significa desorganização. Mas num sentido mais objetivo, significa ausência de energia ou esfriamento. A 2ª lei da Termodinâmica, no Universo (Sistema Isolado), a quantidade de Energia útil nunca aumenta.
Isso quer dizer que, todo movimento se dá por uma diferença de potencial, onde um corpo de maior energia, empurra o outro de menos energia, o deslocando no espaço, até que a energia esfrie. Por exemplo, uma bateria carregada. A energia elétrica sai do pólo negativo e se transfere ao pólo positivo, graças a um condutor. Nessa transferência, trabalho pode ser realizado, como numa resistência. Mas é lógico, que a energia do pólo negativo vai se esgotando ao passar ela para o pólo positivo. Quando a energia acabar, a bateria entra em entropia. Então, na lógica do movimento no conceito da física clássica, todo movimento para ser realizado em um corpo, ele tem que entrar em entropia, caso contrário, ele nunca sairia do lugar.
Porém, essa inteligente observação da física natural com suas leis, não se adapta na explicação da eternidade. Ora, é fácil de entender o porque. Se o universo é eterno, isso quer dizer que não houve um impulso inicial de extrema potência que moveu tudo, pois não há início na eternidade. Isso é bem contraditório.
Outro fator é que, se o universo não terá fim, e se ele se move desde sempre, na eternidade, sua energia nunca se esgotou, contrariando novamente as leis da física clássica. E nesse problema contraditório, é que surge a pergunta de teor filosófico, tema desse estudo, que é “O PROBLEMA DA ENTROPIA DO UNIVERSO”.
Parte IV
Presumo, que na minha exposição, todos os leitores tiveram uma noção do que seja o problema da entropia do universo, e o porque de eu achar ser o mais importante ponto da filosofia.O Uno, a eternidade é inimaginável, e qualquer forma de pensa-lo já estamo-os profanando em seu Ser. Só sabemos que vivemos nos fenômenos que se manifestam, o qual damos nomes e tentamos entender seu logos e nossa relação com eles, sempre de forma aparente, que alguns filósofos, como Heráclito por exemplo,chamam de ‘Devir’, que é o início da fenomenologia.Vou analisar esse problema no pensamento por alguns filósofos de Destaque na história.
O primeiro são os gregos, passando eles, mais tarde, depois de anos no dogmatismo dos estados teológicos da Europa e mundo islâmico, ressurge a filosofia. Em Descartes, percebendo o Uno e a realidade como ilusão aparente, no “cogito ergo sun”Posso citar David Hume, que ao dizer que se nunca saberemos das causas e do Uno, então ele não é objeto de conhecimento, mas sim o mundo em que o homem sente, do qual está sempre nele percebendo as suas mudanças. Ele também diz que, o logos se revela na experiência, que manifesta a realidade aparente diante do homem observador.
Isaac Newton, um dos maiores gênios que estabeleceram os princípios básicos da física e seus cálculos. Emanuel Kant, no seu livro Crítica a Razão Pura, estabelecendo objetivamente o apriori do aposteriori, iniciando formalmente a ciência, ou melhor, a epistemologia no ocidente moderno. É claro também, os grandes pensadores Edmund Husserl e Martin Heidegger, entre outros que fogem de meu conhecimento.Mas é no físico alemão, Albert Einstein, que a física rompe com sua tradiçã clássica, sustentada em Euclides e Newton, mundando os conceitos de espaço e tempo, justamente pelas reflexões sobre o infinito e o seu Deus cósmico, como o de Baruch Espinoza, que também poderia se chamar o problema da entropia do universo.Einstein diz, a grosso modo, que o movimento e o início de tudo, a eternidade, é inimáginável. Porém, o movimento Newtoniano é contraditório demais para ser aceito como uma lei, que em tudo mostra que não é um axioma.
Einstein propõe que o movimento ocorre por uma diferença de tempo num espaço que não é absoluto, mas relativo também. Que quando mais energia um corpo tiver(térmica ou cinética, por exemplo) mais devagar a o tempo passa nele, em relação ao observador de fora e com menos energia. Que o espaço e o tempo são a mesmo caoisa, e não dois blocos distintos.
O revolucionário pensamento de Eistein, assombrando a humanidade com suas teorias, ganharam força nos estudos de física quântica, oferecendo resultados ainda mais assombrosos e paradigmáticos, colocando em cheque todos os nossos conceitos que achavamos certo, quase com o um dogma, do tempo, do espaço e da matéria.
Obrigado pela leitura dos interessados na minha visão do "problema da entropia do universo", e que se felicitem com a filosofia metafísica, que no seu mistério, sua relação do Uno e as Partes(verso), nos dá uma sensação mística, senão já o é, pois o místico sempre estudou a religação da parte com o Uno(religar=religião).