29/06/09 Falar de Deus não é o tema preferido em uma conversa considerada inteligente, entre homens que se consideram inteligentes.
Se você começa a falar de Deus, das escrituras reveladas e dos santos devotos de Deus, esses intelectuais ateus parecem ficar envergonhados de ouvir essas descrições. Ou seja, é difícil abordar um intelectual para falar de Deus, principalmente em público.
Além do ateísmo fomentado por séculos por uma teologia elementar com base na leitura superficial da escritura judaico-cristã, o próprio religionismo ocidental falhou em atrair a mentalidade de pensadores mais profundos do que a regra geral da sociedade humana.
Por isso, temos hoje em dia pregadores do ateísmo, como o biólogo darwinista Richard Dawkins, autor do livro “Deus, um delírio”. Isso porque o raciocínio racional da mentalidade científica consegue oferecer uma visão aparentemente real do universo e de toda a criação que investigam com seus instrumentos de aumento e aproximação cada vez mais sofisticados.
O fato é que, diante dos descalabros praticados por séculos em nome da religião, em nome dos “profetas” e “messias”, os homens dotados de uma mente mais aberta e uma inteligência questionadora acabam por se afastar do religionismo predominante no Ocidente. Alguns deles, inquietos com a percepção subjetiva de que “tem” de existir um ser superior pensante por trás do complexo, refinado e inteligente design cósmico, um Criador para todas as coisas extraordinariamente perfeitas que encontram em sua observação micro e macroscópica do mundo material, acabam por ir procurar uma experiência religiosa em outras doutrinas místicas que sobreviveram à tirania da igreja romana exercida no Ocidente por séculos com mão de ferro e muitas fogueiras e cruzadas assassinas.
A visão do mundo por alguém que está dentro do mundo, a a visão daqueles que conseguiram abrir a porta que leva a consciência humana a transcender os limites do material e adentrar nos planos de consciência puramente espirituais.
E mais, trata-se da visão do ponto de vista do próprio Criador. Para compreendê-la, precisamos compreender como funciona a consciência de Deus, ou Consciência de Krishna. Desde esse ponto de vista original, os conceitos e verdades dos textos védicos assumem proporções inimagináveis para a mente humana. Sim, com o que a mente humana pode nos oferecer, ficamos limitados a um campo muito restrito e condenados a uma visão inferior da realidade como um todo —isso porque os sentidos materiais de percepção da realidade são muito imperfeitos e limitados no escopo da percepção. Quando obtemos a consciência de Krishna de um devoto puro dEle, tornamo-nos capazes de enxergar a Criação do ponto de vista do Criador.
Ao tentarmos nos aproximar dos Vedas, estamos nos dirigindo ao infinito. Nós somos finitos e não temos vergonha de pensar que oferecendo apenas um pedacinho de nossa finitude estaremos tentando obter o infinito?
O intelecto humano é limitado ao extremo e não serve como ferramenta para abordarmos o que se situa além da sua própria capacidade cognitiva.
“O Infinito não seria infinito se não pudesse se dar a conhecer ao finito”, também nos ensinou Srila Sridhar Maharaj. Assim, é o infinito e não nós, seres finitos, quem decide a quem vai se revelar. Não podemos entrar como penetras no plano do infinito. Mas se ele nos escolher e desejar que o vejamos e compreendamos, isso não poderá deixar de acontecer.
Krishna é o Deus Infinito e Ele decide quando e a quem Ele deseja se dar a conhecer. Este argumento é indiscutível. O Senhor Supremo Se reserva o direito de só Se dar a conhecer àqueles que se aproximam dEle com afeto, amor, ou seja, com os olhos untados do unguento do amor (premanjana chchurita bhakti vilochanena...)
Depois dessa experiência, os intelectuais que obtiverem a Consciência de Krishna só sentirão vergonha de uma coisa: de ter sido tão ignorantes negando a grandeza da experiência religiosa transcendental.
http://www.bhuvana.com.br/www.bhuvana.com.br/cartas/Entries/2009/6/29_Vergonha_de_Deus_-_Bhuvana_Mohandas.html
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